Blindagem muito além da estética
Com a alta na busca pela blindagem e às vésperas de um novo recorde de quantidade de blindagens realizadas em um ano calendário, chamamos a atenção para uma velha discussão a respeito da qualidade de uma blindagem.
Atualmente não existe uma Norma que se refira à alguma forma com que uma blindagem deva ser realizada em um veículo, tão pouco quanto à correta aplicação ou ainda, quais os materiais mais adequados para aplicação em determinadas áreas do veículo. A única Norma existente diz respeito ao procedimento de testes de materiais balísticos, que não necessariamente correspondam às áreas ou formatos similares aplicados em um veículo.
A aplicação da blindagem em um veículo, vai muito, mas muito além da boa aparência dos acabamentos internos e externos ajustados para permitir a instalação dos componentes da blindagem. Nos últimos anos, infelizmente, a máxima de que “blindagem boa” é aquela que mantém os acabamentos mais próximos aos originais, parece ter preponderado entre parcela expressiva dos consumidores de blindagem.
Outros fatores relacionados à segurança deveriam ser priorizados no momento da escolha da blindadora. A importância de um corpo técnico de engenharia é fundamental para projetar e determinar as corretas aplicações dos materiais.
Recentemente em visitas e discussões realizadas com algumas blindadoras, nos deparamos com questões muito técnicas que dizem respeito à desmontagem e remontagem dos veículos, onde muitos componentes de segurança são manuseados.
Para ilustrar a importância desta questão, recorremos novamente a alguns especialistas do segmento, atuantes em blindadoras e em especial, um dos itens manuseados durante a blindagem, diz respeito à remoção, armazenagem e reinstalação dos airbags.
Mesmo com a alta onda de violência, apesar de não conseguirmos extrair dos indicadores públicos, algumas informações específicas, certamente poderíamos afirmar que a probabilidade da ocorrência de um acidente com um automóvel cujo airbag tenha sido acionado, é maior do que a probabilidade de um veículo sofrer algum tipo de ataque de tiros. Isso nos leva a imaginar que, a princípio, exista uma maior probabilidade dos airbags serem mais demandados do que as proteções balísticas aplicadas ao veículo.
Através dessa linha de pensamento, já podemos concluir a importância do manuseio deste indispensável dispositivo de segurança.
Recorremos ao engenheiro Rodrigo Oliveira, da Concept Be Safe, que nos apresentou como são fixados os airbags laterais superiores, comuns a qualquer modelo de veículo e que obrigatoriamente são manuseados durante a aplicação de uma blindagem.
Pudemos observar que os airbags possuem formas de fixação bem peculiares e que precisam ser preservadas, pois fazem parte do sistema de funcionamento deste dispositivo de segurança.
Segundo Rodrigo, que já acompanhou testes de deflagração de airbags em veículos já blindados, até mesmo as fixações dos acabamentos podem influenciar no funcionamento do sistema, pois também fazem parte do complexo airbag.
Rodrigo destaca também, que as fixações dos acabamentos internos das colunas dianteiras, nas laterais do parabrisa do veículo, são outro ponto de bastante atenção, pois o uso inadequado do tradicional adesivo utilizado para a fixação destes acabamentos, pode afetar o funcionamento do sistema.
Não só em relação aos airbags, mas também outros dispositivos de segurança devem receber cuidados especiais, como fixações de bancos, fixações dos Cintos de Segurança, entre outros.
Portanto, como sempre recomendamos, visite a blindadora a ser contratada e conheça o seu projeto de blindagem, a linha de produção e o corpo técnico.
Fique atento e boa blindagem!